terça-feira, 22 de outubro de 2013

Solteiro, pedidos amorosos e os santos casamenteiros

Em determinado momento da vida eu me perguntava o porque de ser o único solteiro de todos os círculos de amizades que tenho, e olha que é uma vasta gama de amizades: da academia o único solteiro era eu, da velha turma do ensino médio o único solteiro era eu, dos colegas de trabalho o único solteiro era eu e até mesmo do grupo festeiro o único solteiro era eu. Bom daí o ser humano é capaz de criar as teorias mais bizarras e complexas sobre o motivo de não ter encontrado o seu chinelo velho, vai da obesidade mórbida a praga de ex, algo surreal e sem explicação.

Já malhei até ficar com um braço apresentável, já deixei a barba crescer, já fiz a barba, já fiz depilação (cera quente em determinados lugares é capaz de proporcionar a dor mais filha da mãe em questão de segundos), já frequentei bons ambientes, já fui pra chinelagem, enfim já tentei modificar minha maneira de pensar e o meu físico. Tantas besteiras que no decorrer do tempo vi que de nada adiantou.

Sofri dias e noites de ansiedade ao ver todo o universo acompanhado e eu com um bom sorriso no rosto, um bom papo, sempre comunicativo e ninguém ao meu lado. Aí entendi que a quizila era espiritual. Fiz algo que desagradou Santo Antônio e o menino que ele carrega ou debochei da Oxum sentada na cachoeira. Em busca do perdão divino parti para a maneira mais tradicional de comover as divindades do amor: simpatias. Santo Antônio até negociou um snorkel com Deus, depois de tanto ser afogado no copo d'água, e a glicose da Oxum deve estar nas alturas depois de tantos quindins.

Depois de um período de obsessão, meus ânimos sossegaram e como mágica surge um pretendente. Ouço sinos e um grito de Aleluia! quase explode nos meus lábios. Tudo que foi idealizado se configura naquela pessoa e a sequência disso tudo é clara e certa: namoro, noivado, casamento, filhos, mar de rosas, viagem pra Europa e muito mimo.

A neurose cega toda e qualquer dose de realidade e a convivência é uma verdadeira cirurgia de catarata. A perfeição vira o caos na velocidade da luz, pois a pessoa que tu escolheu não encaixa de maneira alguma no molde perfeito que foi talhado por ti mesmo, nesse momento a pessoa centrada (a mesma que surtou em busca do amor e agora se julga centrada pois acha que o encontrou) desencadeia o processo inverso dessa louca busca e questiona: O que ele tem de errado? TUDO!

Resumindo...

Ansiedade é um veneno para qualquer relacionamento, a pressa faz com que a gente acelere tudo e não perceba que a única maneira de construir algo sólido é com a convivência, com o difícil e raro ato de ceder, com a quase impossível ação de reconhecer a nossa parcela de culpa e não atirar a responsabilidade na outra parte e com o respeito a individualidade de cada um, não só com a individualidade mas em todas as esferas dessa troca, respeito, respeito, respeito e mais um pouco de respeito.

No plano do astral o erro é pedir uma criatura pra suprir essa lacuna que nós mesmos criamos, na próxima vez que a linha de comunicação com o astral se abrir, peça só uma coisa: UM AMOR VERDADEIRO.

Obs.: Uma dica lifestyle, frequente seus círculos sociais despido/despida de qualquer ansiedade! Ser natural vai ser sua arma fatal como sedução sem intenção!

Um comentário:

Roberta disse...

Admito: fiz simpatia pra Santo Antônio e deu certo. Tem de tratar bem o moço, acreditar e... não deixar passar o cavalo encilhado!